quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Pernamnbuco e Rio Grande do Sul

Na comunidade de Pernambuco que eu participo, um gaucho criou um tópico falando sobre isso, a semelhança entre esse dois estados. Não fisicamente, não quanto ao clima, mas quanto a certos aspectos de valorização da cultura. Nunca fui no RS, mas falam muito que eles gostam de manter sua cultura viva e tal, e acho isso muito bonito, afinal, nós (pernambucanos) em sua maioria também o fazemos. Por isso peguei esse texto que AMEI, achei foda demais.

Texto de Arthur Ankerkrone

Gaúcho é regionalista?

É fato mais do que conhecido que o gaúcho, muito honrosamente, é o brasileiro que mais valoriza suas origens, isso tanto no dia-a-dia quanto na televisão. Afinal, é lendária e gaúcha a RBS TV, única afiliada da Globo em quem a Globo não manda — pede com jeitinho.

E não é nada raro se ver, no trânsito aqui da distante São Paulo, algum automóvel com um orgulhoso adesivo da bandeira da nação dos Pampas, ou se preferir, do Rio Grande do Sul. Diria que é quase improvável que você veja desfilando em Porto Alegre um carro com a bandeira paulista, ou carioca. Orgulho assim, só se vê mesmo no Rio Grande do Sul, ou, em menor grau, com os mineiros e baianos. Mas ficam longe. Gaúcho é gaúcho. E ai de quem menospreze sua terra.

Mas recentemente, tive uma surpresa, digamos, um tanto improvável: passei alguns dias em Pernambuco, mais precisamente em sua bela capital, Recife, para a transmissão do Carnaval. E lá descobri uma coisa fascinante: existe no Brasil outro povo tão orgulhoso de sua cultura quanto o gaúcho: o Pernambucano.

Carnaval no Recife não tem a invasão do Axé Music, do samba, do funk carioca ou do Rebolation. Carnaval no Recife (chamado exaustivamente por todos de “carnaval multicultural”) é lugar de frevo. Sim, nesta época ouve-se frevo na capital pernambucana basicamente 24 horas por dia, o que é no mínimo peculiar. Ouve-se também o maracatu, mais forte no interior do Estado, ouve-se ciranda, ouve-se o caboclinho. Ouve-se, e dança-se, antes que me esqueça. E existe o emblemático Galo da Madrugada, o megabloco carnavalesco que esse ano uniu entre um milhão e meio e dois milhões de foliões. Vários ritmos, todos com seu estilo, mas todos fortemente ligados à cultura regional. Um espetáculo para olhos e ouvidos.

Café da manhã do pernambucano que se preze tem macaxeira. Tem charque. Tem bolo-de-rolo, uma delícia que se algum não-pernambucano desavisado arriscar a comparação com o conhecido rocambole, estará cometendo uma heresia punível com os maiores castigos. É bom avisar: rocambole em Pernambuco é outra coisa, é salgado.

E esse orgulho todo do pernambucano (acho que para fator de comparação, Pernambuco é que deveria se chamar “Rio Grande do Norte”) reflete-se em tudo. Incluindo a televisão.

Recife tem um bom número de emissoras locais, incluindo afiliadas de todas as grandes redes nacionais. E aí vem a surpresa a que me refiro: as afiliadas do SBT (TV Jornal), Record (TV Tribuna), Band (TV Clube) e a filiada da Globo (Globo Nordeste), desenvolvem programações bastante regionalizadas, com identidades bem distintas das suas matrizes. No caso das afiliadas, isso nem seria uma surpresa em 100%, mas o mais “chocante” está na Globo Nordeste, emissora própria, com identidade própria.

Valorizam-se mais as tonalidades das cores, a cor e a textura de terra batida, tão cara ao habitante do sertão, o estilo da arte dos bonecos de Mestre Vitalino, uma unanimidade estadual. Toda a linguagem audiovisual é muito intensa. A TV e a publicidade em Pernambuco são muito voltadas para seu povo, de uma maneira que só tem par no Rio Grande do Sul. E isso é ruim? Não, de maneira alguma. Como diz um gaúcho que conheço, “capaz que não“.

Outro fato por si só marcante em Recife, desde o início da televisão, é que as emissoras sempre pensaram grande: basta ver a sede da TV Jornal, que nasceu TV Jornal do Commercio, afiliada da Rede Excelsior, com um prédio que não envergonharia sua matriz. Suas instalações até hoje impressionam por seu ar portentoso, refletindo bem o estilo dos grandes estúdios de TV dos anos 1950 - 1960. A Jornal, no passado, chegou a produzir grandes shows com astros de todo o país, e mesmo uma novela, coisa rara fora do famoso “eixo Rio - São Paulo”. Tá, ponto também para o Rio Grande do Sul: a TV Gaúcha, nos anos 1960, também fez o mesmo!

A TV Jornal do Commercio tinha uma concorrente de peso, a TV Rádio Clube, emissora própria da Rede Tupi, que também não deixava por menos. Com a falência decretada de parte das Associadas, em 1980, a emissora teve sua concessão cassada. E aí, vem o mais curioso: injustamente. Era uma das únicas televisões do grupo que não enfrentava nenhuma crise, pelo contrário, era lucrativa e honrava seus compromissos. A justiça se fez vinte anos depois: em 2000, os Diários Associados receberam a concessão de volta, operando agora a TV Clube. Funciona num grande edificio que reúne as emissoras e jornais do grupo em Pernambuco. Sim, é um Estado onde os Diários Associados estão muito vivos e fortes. Não deixa de ser interessante para um paulista ver a foto de seu fundador, Assis Chateaubriand, recebendo os convidados próximo a entrada do prédio. Para nós, de São Paulo para baixo, parece coisa de um passado quase remoto. A Tupi continua viva. No caso de Pernambuco, com sinal da Band. Mas está lá!

E aí chega o caso mais inacreditável da aventura pernambucana: a Globo Nordeste. É mais do que comum vermos o mesmo padrão de programação da TV Globo em todos os locais do Brasil, do corte de cabelo da apresentadora ao desenho do cenário do telejornal. Em Recife, não. Lá, o cenário do NE TV (o Praça TV local) não tem as mesmas cores que vemos no restante do país. Todas as cores são adaptadas segundo o gosto do pernambucano. Os tons de azul, por exemplo, são diferentes. Em horário nobre, vi a Globo Nordeste interromper a programação de rede e entrar com a transmissão do carnaval do Recife, coisa completamente impossível em 98% da rede. O Bom Dia Pernambuco também tem elementos muito característicos no seu cenário, diferenciando-se dos demais Bom Dia.

Pernambuco também é o lar da primeira emissora educativa de todo o país, a TV Universitária de Recife, hoje mais conhecida como TVU. Não tem a mesma qualidade de algumas emissoras comerciais, e sua programação própria, atualmente, é bem reduzida, limitando-se à algumas produções locais dentro da grade da rede, a TV Brasil. Mas isso também não a impediu de parar tudo nos dias do Carnaval e transmitir durante todas as noites o que acontecia no palco do Marco Zero. Enfrentou problemas sérios de ordem técnica, mas estava lá!

O que dá pra concluir de tudo isso? Fácil. Rio Grande do Sul e Pernambuco são dois exemplos que deveriam ser seguidos por todo mundo. Os dois valorizam de maneira belíssima suas culturas regionais, sem excluir a cultura “majoritária”, nacional. Aceita-se o que vem de fora, mas conserva-se com qualidade, honra e orgulho, tudo o que diz respeito às suas raízes. Isso na música, na culinária, nas artes, na televisão, na vida.

O gaúcho é regionalista? É. Mas vi que não é o único.

Eu, que sou paulistano de nascença, e gaúcho de coração, acabei descobrindo que existe um Rio Grande do Sul no nordeste. E um Pernambuco no sul. Virei um pouquinho pernambucano também. Isso deve exemplificar bem o que é ser brasileiro.




Claro que, deve existir muito preconceito no RS, afinal, Pernambuco(o Nordeste num geral) ficou muito tempo flagelado, fazer o que? Ainda assim gosto de acreditar que o pessoal lá é legal, interessante, e apesar de tudo, caloroso.

É isso né, rumando para não esquecer o blog xD

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A volta!

Mais de um ano passou, e eu postei foi nada né? mas é assim mesmo, toda vez eu fico super inspirado e super empolgado com algo, ai quando vai a prática, meio que eu morgo e tal. Estranho né? mas eu sou assim com tudo, até com estudar. Tem horas que eu fico todo inspirado a estudar, ai quando sento que pego o livro pra ler, puff, sumiu a empolgação.
Na época que eu fiz o blog, era pra desabafar sobre uns problemas com meus amigos(?) de Recife. Problemas esses que ainda existem, por sinal. Enfim, passei a noite pensando no primeiro post, no que eu iria colocar (por sinal teve nada a ver com o que eu postei de fato xP) e concretizei. Depois do primeiro, meio que perdeu a graça, e eu deixei pra lá, embora a vontade de revivê-lo sempre viesse a tona. E dai que eu decidi voltar, pra falar não só de mim, da minha vida como do mundo e das minhas séries, lindas <3 qq
Dai que proximo post eu já tenho uma ideia do que fazer, e vou tentar fazer assim, postando vez em quando, sem distâncias muito grandes (tiops 1 ano né xD)

É, welcome back, Diogo(WTF? qq) :D